Museu dos Três Espelhos
18-03-2017
Este ano a exposição do 1º ciclo apresenta-nos 3 espelhos e 123 rostos. Todos os três espelhos sugerem o modo como construímos a nossa identidade. Apenas um espelho reflecte perfeitamente a imagem, os outros dois não. Um espelho, apenas com moldura, representa a nossa percepção a partir dos outros. «Quero ser como o António que pergunta sempre se eu quero ajuda» ou »Quero ser como Pedro que diz sempre a verdade mesmo quando custa», podemos ler nos portfolios apresentados. Um espelho quebrado fecha a exposição. Representa a imagem fragmentada quando nos despersonalizamos em face das influências do grupo ou o apagamento da pessoa encadeada pela luzes psicadélicas dos educadores fantasma que são os meios de comunicação. Esta visão, que apropriadamente nos anos 60 tomou o nome de «crise de identidade», funda-se na rejeição dos quadros tradicionais de referência e vai estar significativamente ligada ao relativismo e às politicas de identidade como a ideologia de género.
Todos os rostos são diferentes, foram desenhados a partir do perfil de cada aluno e pretendem apresenta-lo como algo novo, único, pessoal para esta exposição. Tentámos evitar as perceções estereotipadas e ajudámos os alunos a ver a realidade de forma divergente. Cada trabalho deveria ser refletido e intencional, nunca fruto do impulso e da casualidade.