Na alma e na pele
19-05-2017
No passado dia 19 de maio, a turma do PY realizou uma visita de Estudo intitulada «Performatividades – Na alma e na pele». Esta visita foi antecedida de uma aula teórica com o professor Ricardo Roque Martins onde se fez uma apresentação da visita lançando um olhar sobre as artes performativas ao longo do tempo, da antiga Grécia às vanguardas europeias do século XX. No plano do carácter, o corpo ajuda a dar voz à alma, do sorriso ao espanto, da rejeição ao afecto. Todos estamos, afinal, num Teatro do Mundo, numa Civilização do Espectáculo e como meio performativo podemos comunicar coisas boas ou más com o nosso corpo. Os alunos foram depois convidados a reflectir sobre o acto performativo no sentido efémero e transitório do termo que alimenta um jogo de aparências indolores e inconsequentes. Por querer ser outro que não se é, as coisas superficiais por vezes colam-se-nos à pele e custam a sair. O adorno torna-se substância. Como exemplos, percorremos campos tão diferentes como a literatura, a música, a filosofia e a religião.
Sob a orientação dos professores António Figueiredo e Ricardo Roque Martins, a turma visitou primeiro a Casa da Cerca em Almada onde várias exposições trataram o modo como percebemos com o corpo, como os sentidos ajudam à percepção da realidade ajudando e ampliando as nossas funções cognitivas. De tarde, a turma viajou até ao princípio do século XX onde o corpo tatuado se associava a marginais, prostitutas, marinheiros e fadistas. Naquele edifício histórico onde viveu o Marquês de Pombal pôde-se perceber como as marcas a que chamamos hoje body-art marcavam indelevelmente a alma dos tatuados e produziam a convicção colectiva de que estas pessoas tinham uma predisposição endógena para o crime.